Hedonofobia

 A vida nunca cansa de me surpreender. Seja da forma boa ou da ruim.  Falando da ruim, eu estou imensa de gorda. Quase grotesca. Os cabelos horrorosos, não consigo nem finalizar. Uma raiz branca de 4 dedos já. A pele manchada, mole, nem seca nem oleosa ou as 2 coisas. Continuo desempregada, fodida, toda cagada. Ando soziiiiiinha toda vida, e sem paciência nenhuma de sustentar sozinha as interações.  Mas eu não estou no fundo do poço. Muito pelo contrário. Eu tenho andado muito bem. Minha relação com o filho nunca esteve melhor. Eu amo a casa nova, mesmo com seus defeitos. Meu casamento tá numa fase sensacional, com muito companheirismo e carinho. E sexo. Isso importa demais, e eu não quero abrir mão nunca mais. Sem transar eu fico muito mais insuportável.  Eu estou estudando como da. Não é perfeito. Mas te dizer que eu ando otimista, parece que sei tanto! Não tudo, isso seria idiota. Mas "o suficiente". Posso estar absolutamente iludida. A cigana disse que eu vou passar, eu s

O ano começou de novo. Mais um. Pela quadragésima vez pra mim.  Eu continuo cansada, exausta das bobagens da vida. O chão nunca fica limpo, a pia nunca tá vazia, meu pai nunca tá satisfeito. O dinheiro nunca dá.  Mas eu tive uma viagem incrível com esse homem que me enlouque diariamente e que ando totalmente convencida que foi feito exatinho da forma que eu precisava. Levei as crianças pra uma viagem caótica e voltei convicta que são as melhores crianças do mundo.  Estou inscrita em tantos concursos que nem sei o que dizer. Eu lembro que falei que NUNCA MAIS porém o papai voltou e é melhor arriscar. Entre eles o único concurso que sempre pareceu o paraíso na terra. E eu tenho sonhado, dormindo e acordada, nessa realidade utópica. Resolvi que vale a pena ser otimista um pouco.  Segunda feira fez 6 anos que eu me divorciei. E olhando pra trás posso dizer que doeu demais. Marco minha mãe faria 65 anos. Mas ela morreu. Já faz 4 anos e ainda dói. Mais do que eu conto. Em julho meu filho faz