What the hell am I doing here?

Não sei se eu já contei aqui que na minha adolescência eu tinha um vício maravilhoso de sair sozinha. Claro q eu tinha todo o cuidado do mundo (tá, quase todo o cuidado) e só ia pra lugares que fossem seguros, com seguranças, perto de algum lugar conhecido, e sempre, SEMPRE com dinheiro o suficiente pra voltar pra casa de taxi.

Enfim, curtia muitíssimo a vibe de sair sozinha. Eu achava um saco sair com as minhas amigas e, meu deus do céu, mulher é um bicho extremamente difícil pra caralho socorro.

Então eu inventei um amigo imaginário q tinha carro, era rico, os pais eram super legais. E meu pai super acreditava que esse rapaz adorável (e lindo mas meio bicha) me pegava em casa pra levar pras festas toda semana. Pois é, tenho uma imaginação fértil.

Daí eu aproveitava que tinha esse suposto amigo pra sair muito. Muito mesmo. Ainda nas piores fases pré-vestibular eu saia uma vez por semana. No mínimo. E em 90% das vezes, sozinha mesmo. Ora bolas, era a coisa mais divertida do mundo sabe?

Claro que eu conheci um monte de gente na noite, e sempre tinha com quem fofocar nas boates. Mas eu IA e VINHA sozinha. AH, O DOCE SABOR DA LIBERDADE...

(Estou divagando, pq eu comecei a contar essas coisas mesmo?)

Essa coisa de sair sozinha atendia meus requisitos neuróticos de liberdade, mas não ajudou muito na impressão que eu tinha (e ainda tenho) de que eu não pertencia a nenhum lugar. Claro, eu tinha muitos e muitos grupinhos com os quais convivia pacificamente. Mas eu nunca fiz parte de um desses grupos. Eu era a outsider. sempre. sempre.

Daí q eu já tinha muita noção desse aspecto da minha vida desde cedo. Na escola eu tb não fazia parte de nenhuma panela. É claro q tinham grupos em que eu tinha algum trânsito, outros menos, e pros populares eu nem existia. Mas nem no grupo dos freaks eu fui bem aceita. Na verdade nunca quis.

E enquanto eu estava dançando alucinadamente no queijo da Bunker (beijo Bunker, pra sempre em meu S2), e o DJ Edinho colocava Radiohead, eu sentava e chorava. TODA VEZ. Aquela louca que ia dançar sozinha toda semana, sem beber e ralando muuuuuito no sofá vermelho (ai Bunker, q saudades) sentava no meio do queijo e chorava. Pq olha, Creep é vida.

E eu segui a vida com essa mesma sensação. Continuo não fazendo parte de nenhum grupo. Continuo interagindo com punhados aleatórios (e queridos, não me levem a mal) de pessoas, mas sem fazer parte da história delas. A minha história? está aqui recheadas de rostos e danças e beijos e papos de gente que nunca mais vou ver. Trágico, se vcs querem saber o q eu penso...



Sei que já escrevi bastante. Mas não O bastante.

Eu entro nessas redes sociais do inferno e percebo que as pessoas da faculdade continuam andando juntas. As pessoas dos cursinhos tb. A galera da escola? toda hora saem juntos. O povo da adolescência, vixe maria, ainda são um grupo (ou vários). E eu? e a Patrícia? O que eu tenho de tão errado que não consigo manter um vínculo duradouro com ninguém? E pq diabos eu sinto falta disso, se nunca fiz questão mesmo? as pessoas me cansam taaaaanto. 


Comentários

  1. Ai, por que blogs bons tem posts antigos! por que???
    Olha, seu texto podia ter sido escrito por mim, com a diferença de eu ir na The Club...

    Meu amigo imaginário, rico e meio gay se chamava Pedro.... e o seu?

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