Zé Ninguém

A velha e boa sensação que todo mundo é feliz, tudo dá certo, as pessoas não tem problemas. As pessoas tem seus trabalhos, amores, amigos, dinheiro, vida social, corpos adequados, fé, família e sonhos. Conseguem contornar as asperezas da vida sem grandes dúvidas. Tomam decisões, se comprometem, conquistam, vencem, gozam. 

A nítida impressão que todo mundo da conta, aprende, muda, evolui, flerta, acerta. Sim é isso. A percepção que cada pé cansado encontrou não só sua pantufa mas se equilibra em saltos finos e sedutores, corre com tênis amortecedores, desfila por areias brancas e fofas sob o calor de um dia sem nuvens. 

O medo de que só eu esteja perdida, insegura, sempre falhando e perdendo. Só eu desisto, tropeço, erro. As pessoas me parecem tão SEGURAS. 

O maior problema não é cair do abismo. É não saber quando que a queda começou. Pior: é achar que ninguém nem viu, não perceberam pq vc sequer existe de verdade. Medíocre, desimportante, um fantasma ocupando espaço e oxigênio. 

Eu todos os dias penso que deveria me manter em silêncio. Deixar o mundo inteiro em paz. Mas não consigo. Tinha q dar um jeito de conseguir. 



Eu sou do povo, eu sou um Zé NinguémAqui embaixo as leis são diferentes
Quem foi que disse que os homens nascem iguais?Quem foi que disse que dinheiro não traz felicidade?Que tudo aqui acaba em samba, no país da corda bambaQuerem me derrubar!
Quem foi que disse que os homens não podem chorar?Quem foi que disse que a vida começa aos 40?A minha acabou faz tempoAgora entendo por que

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